quinta-feira, Junho 5, 2025
Português, Brasil

Discursos e fazeres se formulam em meio às múltiplas relações socioculturais entre ciência-tecnologia-sociedades (CTS), como também circulam ou podem ser silenciados/apagados na conjuntura do mundo sensível. Buscando solucionar questões de cunho socioambiental, socioeconômico, sociopolítico, sociocultural, outros discursos deflagram apropriações socioculturais da ciência e tecnologia em meios periferizados do Sul global, por desigualdades estruturais particulares; sobretudo, etnorraciais. Dessa forma, compreendemos envios na produção de conhecimentos científicos e tecnológicos, que se processam em resultantes híbridos de tecnociência. Estas, sujeitas a interesses difusos (políticos, éticos, estéticos, ideológicos, ambientais, raciais, etc.), enleiam importantes funcionamentos institucionais, demarcando múltiplas interpretações sobre identidades etnorraciais na Escola e, portanto, na Educação em Ciências. Como também desvelam outras naturezas da ciência e da tecnologia, encobertas por subalternizações que silenciam/apagam formações discursivas sob éticas de alteridade de base comunitária, em linguagens-autoras de favelas, morros, grotas, assentamentos quilombolas, aldeias indígenas, etc. tais estratégias sociais, historicamente silenciadas e apagadas do jogo sociotécnico, que focamos nossa interlocução, a partir do Movimento Hip-hop latino-americano e caribenho. Nesse ethos, problematizamos sobre a materialidade de discursos e fazemos afrodescendentes e em diáspora, postamos em suspensão nos meios educativos formais e não-formais, ora outrificados pela tecnociência hegemônica. Com isso, no ambiente Sul global ? espaço-tempo de interpretação sociocultural, etnorracial e socioeconômica, ou seja, não geográfico ?, analisamos condições de produção do Movimento Hip-hop no Brasil, Chile e Cuba, da epistemologia que circula entre os elementos quebrando e graffiti/pixo, assim como na alfabetização. Os países referidos foram definidos conforme o nível de adesão ou renúncia a projetos neoliberais, a exemplo de participação, ou não, no caso de Cuba, no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o PISA. Para tanto, formulamos as perguntas de pesquisa: Como promover um revisionismo sociotécnico no campo institucional dentre as atuais condições de produção da tecnociência afrodiaspórica de Sul global, comprometida com as justiças socioculturais, sociopolíticas, socioambientais e socioeconômicas? Como formular um pensamento tecnocientífico de Sul global que possibilite com que subjetividades e objetividades instituam novos sentidos para cidadanias plurais, fazer ações democráticas e cuidados comunitários? Como, a partir desse revisionismo sociotécnico e da formulação desse outro pensamento tecnocientífico, podemos inferir sobre outro imaginário para a Escola Sul Global? A partir de dois mediadores discursivos ? 'transições de linguagens' e 'fazer-ser social e tecnocientífico' ? que emergiram de estudos e pesquisas pretéritos,deflagramos funcionamentos de sentidos diaspóricos no artivismo hip-hop, que, além do que defendemos como tecnociência hip-hop, aperfeiçoamos os resultados desta tese, como: o Movimento AfroCTS Sur Global, a Escola Sul Global, a afrotecnia, a hiphopnese e a dobra decolonial . Fenômenos socioculturais de uma epistemologia de resistência, formulados e em circulação na genealogia da tecnociência hip-hop e de outras tecnociências em disrupção, que nos revelam alternativas para a promoção de justiça cognitiva, democracia e cidadania tecnocientífica, assim como a inclusão sociotécnica de leis subalternizadas em proficuos em todo o mundo.
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