Sobre o RePI

É com muita alegria que compartilhamos o Sub-Projeto REPOSITÓRIO DE PRÁTICAS INTERCULTURAIS: Práticas para Pedagogias Decoloniais. O portal RePI está ligado ao Programa Institucional de Internacionalização da Universidade Federal de Santa Catarina (PRINT) e coordenado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT) e está em desenvolvimento desde  março de 2019, com financiamento da CAPES.  O subprojeto conta com a participação dos seguintes programas:

Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas

Programa de Pós-Graduação em Linguística

Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução

A proposta nasce a partir do projeto PRINT-UFSC Repositório de Práticas Interculturais: Proposições para pedagogias decoloniais, um projeto de mobilidade internacional para docentes e doutorandos, ligados a diferentes instituições de ensino em diversos países. Por ser multidisciplinar, o projeto, além do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, inclui as Pós-Graduações em Interdisciplinar em Ciências Humanas, Linguística, Psicologia e Serviço Social.

 Em experiências de internacionalização anteriores, o Grupo de Pesquisa Discursos da Ciência e Tecnologia (DiCiTE), ligado ao PPGECT investigou o impacto de cooperações educacionais realizadas entre o Brasil e Timor-Leste e concluímos que muitas vezes, estas acabam produzindo um discurso  eurocêntrico, verticalizado, em que o cotidiano e os saberes locais são silenciados. Procurando encontrar caminhos de contraposição aos efeitos de colonialidade, pretendemos propor um diálogo de saberes, favorecendo a emancipação e a não criação de dependência ou subalternização e uma cultura de paz. Com essas inspirações, ao propormos o REPI pretendemos:  aprofundar parcerias entre professores/as de vários níveis (professores/as: formadores/as, em formação, da escola básica), a comunidade, a escola e a universidade; levantar temas locais que fomentem o desenvolvimento de intervenções pedagógicas e a produção de materiais didáticos, as quais visem o diálogo de saberes e a emancipação; organizar e publicar esses materiais, num repositório de acesso gratuito.

Esperamos que gostem dessa socialização .

Resumo do Projeto

O eixo suleador do projeto é a construção de saberes e práticas interculturais que tratem dos efeitos de colonialidade e saídas emancipadoras para essa problemática, com vistas à construção de um repositório online multilíngue. Essas noções se relacionam com a dominação por meios não coercitivos, mas que subalternizam e desumanizam os povos, provocando perda de identidade cultural, dependência e falta de pertencimento. Procurando encontrar caminhos para contrapor esses efeitos, entendemos que as parcerias entre pesquisadores e instituições internacionais, preocupados com essas temáticas, favorecem um diálogo de saberes, o reconhecimento das experiências e produções já existentes e a produção de tecnologias sociais. Pretendemos desenvolver redes de investigação, estudo, diagnóstico de questões locais e regionais relevantes, contribuições para cooperações internacionais, divulgação de pesquisas e um repositório online com diferentes materiais produzidos no projeto. A proposta tem como referência experiências anteriores dos membros da equipe. De 2009 a 2016, a UFSC  coordenou o “Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa” (PQLP) da CAPES, o qual enviava missões de até 50 professores para Timor-Leste. Resultados oriundos das experiências de pesquisa e do trabalho evidenciam a pertinência do projeto com vistas à preservação internacional do patrimônio cultural local e ancestral, ao dialógico e reconhecimento de novos conhecimentos e tecnologias sociais. Também, é importante destacar que este projeto se articula a recém criada Cátedra da Unesco “Language e Polices for Mutilingualism” sediada na UFSC, da qual participam treze países e tem como objetivo compreender como as línguas e o multilinguismo são recursos para o desenvolvimento sustentável das comunidades linguísticas, das sociedades e dos Estados, de acordo com as idéias do 2030 Goals for Sustainable Development das Nações Unidas, em uma perspectiva ampla e transdisciplinar. Nesse sentido, encontram-se articulados a internacionalização e o multilinguismo em relação à educação, à economia, o acesso à comunicação e às tecnologias, todos esses vinculados também às ações e pretensões deste projeto que envolve seis Programas de Pós Graduação da UFSC reunidos em torno do bem viver e da justiça social.

Sobre Nós

A equipe brasileira é formada em sua maioria por docentes que possuem trajetórias internacionais, tanto em sua formação, quanto em sua atuação profissional e que se dedicam a estudar questões focadas em prol da justiça social, em diferentes áreas: ciência, tecnologia, decolonialidade, multilinguismo, identidade, cultura, inteculturalidade e educação.

A atual coordenadora Patrícia M. Giraldi é professora Associada na Universidade Federal de Santa Catarina, vinculada ao Centro de Ciências da Educação, Departamento de Metodologia de Ensino (MEN), atuando no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Está credenciada junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica (PPGECT), orientando mestrados e doutorados. Foi coordenadora do Projeto de Pró-Mobilidade acadêmica internacional UFSC- Universidade Nacional de Timor Lorosae entre 2015 e 2017.  Atua como pesquisadora junto ao grupo de pesquisa DICITE (Discursos da Ciência e Tecnologia na Educação). É líder do grupo de pesquisa Literaciências. É Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), mestre e doutora em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com Pós-doutorado em Educação pela Universidade de Lisboa. Atua na área de pesquisa em Educação em Ciências, com foco nos seguintes temas: linguagem do/no ensino de Ciências, literatura e educação em ciências, autoria e educação em ciências.

A coordenadora anterior do projeto RePI, Suzani Cassiani (2018-2020), realizou pós-doutorado e doutorado sanduíche em universidades estrangeiras e vem desenvolvendo projetos e parcerias internacionais resultantes em publicações, conferências, eventos nacionais e internacionais. Foi coordenadora do Programa de Qualificação Docente e Ensino de Língua Portuguesa em Timor-Leste, um programa institucional da CAPES e coordenado pela UFSC ( https://pqlp.ufsc.br/ ), o qual produziu inúmeros desdobramentos, tais como:  a coordenação do projeto de Pró-Mobilidade Internacional da AULP/CAPES; coordenação da vinda de professores timorenses com bolsas do fundos do petróleo timorense, para a formação na PG; sua bolsa produtividade CNPq, atualmente 1C. Atualmente ela faz parte do Comitê de Assessoramento de Educação do CNPq.

O projeto conta também com a colaboração do Prof. Gilvan Muller que coordena a Cátedra da Unesco "Language Policies for Multilingualism", da UFSC.

Muitos professores participantes tiveram a oportunidade de cursar doutorados sanduíche e pós doutorado em universidades estrangeiras que agora são parceiras desse projeto, possuindo uma formação bastante diversificada e interdisciplinar. Podemos ressaltar que o  grupo possui grande diversidade de experiências, desde professores que  trabalharam com o Paulo Freire na Guiné Bissau em 1974, até docentes que já atuam como professores visitantes e/ou em missões internacionais de países considerados prioritários neste edital. Também ressaltamos que a maioria de nossos pesquisadores vem participando de eventos e publicações internacionais, organizando publicações nacionais e internacionais sobre as suas respectivas temáticas no Brasil. Há também exemplos de coordenação de projetos internacionais e conferências em diversos países.