“Marielle, presente”: Metaleptic temporality and the enregisterment of hope in Rio de Janeiro

terça-feira, Abril 19, 2022
Português, Brasil
Resumo Este artigo estuda o assassinato de Marielle Franco, uma vereadora negra e lésbica do Complexo da Maré no Rio de Janeiro, de forma a delinear os princípios de uma ação metacomunicativa direcionada à “esperança”. Empiricamente, analisam-se características do discurso de Marielle e do movimento de luto que se formou depois de sua morte trágica. Identificamos duas características básicas no discurso desses agentes que apontam para o enregistramento da esperança, i.e. para modos em que suas práticas comunicativas têm sido moldadas de forma a evitar o desespero por meio da projeção de índices alternativos de tempo, autoridade e formas de vida. Essas características são: temporalidade metaléptica, i.e. a reinserção do tempo agentivo de Marielle no universo temporal dos heróis; e papo reto, uma prática tradutória e performativa que “escala” a fala burocrática e econômica em registros locais. Finalmente, apontamos para a dimensão habituada e pedagógica dessa sociolinguística da esperança, em parte responsável pela fractalização e performatividade do movimento de luto. PALAVRAS-CHAVE Esperança, ideologia linguística, Marielle Franco, papo reto, temporalidade metaléptica
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