Resumo: A educação ambiental além da sala de aula, com emprego de hortas ou trilhas, se mostra uma ferramenta para promover conhecimentos sobre a problemática ambiental. A pedagogia de Freinet aborda metodologias de
aproximação com a natureza e quebra a visão antropocêntrica ainda presente.
Este artigo fez parte da disciplina obrigatória Estágio Curricular Supervisionado
de Ciências (ECSC), parte do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Durante o ECSC, as duas primeiras autoras deste artigo construíram o Jardim
de Mel junto ao Parque Ecológico do Córrego Grande – o primeiro da cidade
de Florianópolis – com o objetivo de aprofundar práticas pedagógicas e
promover a conscientização sobre as abelhas nativas sem ferrão. Para tanto,
realizamos ações que incluem o planejamento e organização do espaço, assim
como a produção e oferecimento de oficinas no Jardim de Mel. Nessas oficinas,
verificamos alguns discursos dos sujeitos relacionados à temática do mel e às
abelhas nativas sem ferrão. Observamos que muitos participantes
desconheciam as abelhas sem ferrão ou as confundiam com outros insetos.
Além disso, possuíam fobias de insetos e apresentaram desconhecimento
sobre produtos melipônicos. Percebemos que o discurso antropocêntrico
surgiu ao longo das oficinas, principalmente em relação à produção de mel
como algo destinado somente ao consumo humano, e ao desconhecimento da
existência do papel biológico/ecológico das abelhas. Além disso, as pessoas se
mostraram curiosas sobre vários aspectos, por exemplo sobre como as abelhas
enxergam. Ao concluir as oficinas, verificamos um despertar dos participantes
em relação à importância e à admiração pelas abelhas nativas sem ferrão,
assim como a necessidade de conservação e o impacto delas na flora e
biodiversidade local.
Palavras-chave: Abelhas sem ferrão; Antropocentrismo; Educação Ambiental;
Freinet; Jardim de Mel.